O reajuste médio de 32,4% na tarifa de energia elétrica solicitado pela Copel vai causar grande impacto nos custos de produção da indústria paranaense, caso seja autorizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Levantamento da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) aponta que o aumento fará com que a participação da energia nos custos e despesas totais do setor industrial do Estado tenha um crescimento imediato de 0,5 ponto percentual.
O presidente do Sistema Fiep, Edson Campagnolo, afirma que, além de sofrer com os mesmos problemas que afetam a indústria brasileira como um todo, como carga tributária elevada e altos encargos trabalhistas, a indústria paranaense tem sido obrigada a enfrentar outras questões específicas do Estado que reduzem ainda mais a competitividade das empresas. “Já convivermos, por exemplo, com tarifas de pedágio muito superiores às praticadas em outras partes do país, que aumentam os custos de transportes para nossas empresas”, diz Campagnolo. “Agora, se esse elevado reajuste solicitado pela Copel for aprovado, as tarifas de energia elétrica serão outro problema, elevando significativamente também os custos de produção, especialmente para setores que têm grande dependência desse insumo”, completa.
Segundo levantamento realizado pelo Departamento Econômico da Fiep, baseado em dados da Pesquisa Industrial Anual do IBGE, um reajuste de 32,4% nas tarifas cobradas pela Copel fará com que a participação média da energia elétrica no total de custos e despesas da indústria paranaense suba dos atuais 1,54% para 2,04%. “Esse aumento de 0,5 ponto percentual, que pode parecer pequeno, na verdade representa um grande impacto nos custos e despesas totais das empresas”, afirma o economista Roberto Zurcher.
Em alguns setores bastante dependentes da energia elétrica para sua produção, o impacto será ainda mais significativo. No caso das indústrias metalúrgicas, a energia passará a representar 5,99% do total de custos e despesas das empresas, contra os atuais 4,52%. Já nas indústrias de produtos de madeira, a participação da energia passaria dos atuais 4,43% para 5,87%. Quem também teria um aumento sensível em suas planilhas de custos seriam as empresas de fabricação de produtos têxteis, com a energia passando a responder por 5,53% do total, ao invés dos 4,17% atuais.
O pedido da Copel – que tem o maior índice entre todas solicitações de reajustes que foram entregues pelas distribuidoras de energia à Aneel – é para que as novas tarifas passem a valer a partir de 24 de junho. A solicitação deve ser analisada pela agência durante reunião prevista para a próxima terça-feira (17). “Esperamos que a Aneel leve em conta a realidade do setor industrial paranaense e o impacto que um reajuste nesses patamares terá para a competitividade do setor produtivo do Estado”, conclui Campagnolo.