Moradora usa a geladeira que adquiriu como armário, em Rio Verde.
Prefeitura diz que empresa perdedora da licitação entrou na Justiça.
Moradores de um assentamento rural de Rio Verde, região sudoeste de Goiás, esperam há pelo menos 9 anos para terem energia elétrica no local. Grande parte das 35 famílias estão cadastradas no programa Luz para todos, do governo federal desde 2007. Na ocasião, alguns técnicos chegaram a demarcar pontos de instalação elétrica, mas a luz nunca chegou. Até quem faz investimentos do próprio bolso não tem acesso ao benefício.
Por conta do problema, a assentada Zulmira Maria Costa usa a geladeira que comprou como armário. O eletrodoméstico, que ela comprou quando havia a esperança de que poderia usá-lo para refrigerar os alimentos, não funciona mais. À base de velas e lamparinas, ela diz que não consegue investir em um gerador.
“Não tem condição para nós, de pôr energia particular. A renda não dá, é pouca”, lamenta. O custo para se adquirir um aparelho seria de R$ 1,5 mil, além do gasto mensal com manutenção.
Já Jaedison Cunha chegou a investir para usufruir do benefício. Morando há cinco anos no local, ele desembolsou R$ 2 mil para fazer uma instalação particular em sua casa, mas até hoje vive na precariedade. A falta de energia atrapalha a possibilidade dele tem um ganho maior com sua criação de animais.
“Falta de energia hoje, para nós que queremos ter uma granja de frango ou até mesmo de suíno, fica difícil. Não tem energia para dar aquela estabilidade que a gente precisa”, reclama.
A Companhia Energética de Goiás (Celg) informou que a responsável pela execução das obras elétricas no assentamento é a prefeitura de Rio Verde. Esta, por sua vez, disse em nota que o processo de instalação da rede está paralisado porque a empresa que perdeu a licitação entrou na Justiça. Ainda segundo a prefeitura, o projeto será retomado pela vencedora da licitação, mas não estipulou um prazo para que o procedimento comece.