O aumento de 20,49% que a Celesc vai cobrar dos 2,6 milhões de consumidores, a partir de agosto, é consequência da falta de planejamento do governo federal e de uma equivocada política adotada há 10 anos em incentivos às usinas térmicas de carvão.
Esta é a explicação dos técnicos das empresas distribuidoras de energia elétrica, que são obrigadas a aplicar os altos índices de reajuste das tarifas para equilibrar as finanças, decorrentes dos pesados aumentos no custo da geração pelas usinas térmicas.
O uso de usinas térmicas passou na última década de 10% para 30% do total de energia produzida no Estado. O governo pretendia recorrer a elas apenas durante um a dois meses no verão, pela redução das chuvas. Não previu período mais prolongado de secas e foi obrigado a estender o recurso às usinas termoelétricas. Além disso, faltou incentivos do governo federal na construção de hidrelétricas com maior capacidade de preservação.
O presidente Cleverson Sievert garante que a Celesc não tem margem de manobra para aplicar um índice menor de reajuste nas tarifas. Dos 20,49%, exatos 19,22% referem-se a parcelas da compra de energia. Fica com minguados 1,2% para gerenciar.
O maior problema para os consumidores é que no ano passado o reajuste foi de 13,7%, portanto, também muito acima da inflação. Assim, em apenas dois anos, famílias de trabalhadores salários reajustados de acordo com os índices inflacionários terão um acumulado dos 44% só na energia elétrica.
O governo Dilma, que não executou política preventiva, adotou uma nova ação, proclamou que a energia teria redução, e agora a população é quem paga a pesada conta.
O pior é que, pelas previsões, em 2015 virá outra paulada nos custos da energia.