Após 20 anos da privatização, mesmo com imposto zero, tarifa seria 15ª mais alta
Cerca de 20 anos depois do início do processo de privatização do setor, o Brasil tem a oitava energia elétrica mais cara do mundo, num ranking de 28 países.
Com o aumento de 6,33% para a tarifa da Companhia Estadual de Distribuição de Energia Elétrica (CEEE-D), do Rio Grande do Sul, autorizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o custo médio da energia elétrica para a indústria brasileira passou de R$ 358,77 por mwh para R$ 360,72.
Os dados fazem parte de estudo Quanto custa a energia elétrica para a indústria do Brasil?, da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan).
Segundo o estudo, desde o início do ano, o custo da energia para a indústria aumentou em 23%. O país com a energia industrial mais cara é a Índia (R$ 596,96 por mwh). A tarifa mais baixa é a da Argentina (R$ 57,63/mwh)
As empresas do setor costumam alegar que o preço é impactado pelos impostos. No entanto, mesmo que se retirassem todos impostos, nossa energia no Brasil seria a 15ª mais cara do mundo (R$ 262,66/mwh), praticamente empatada com a do Chile (esta e os demais países com imposto).
Seria mais cara ainda que a tarifa média de Reino Unido, Coréia do Sul, Bélgica, China França, Holanda, Rússia, Estados Unidos, entre outros. Seria superior à média mundial com impostos (R$ 275,74/mwh). Ou seja, o imposto piora a situação, mas não é o grande culpado.
Segundo o ranking estadual da Firjan, o Estado do Rio Grande do Sul passou da 19ª para a 15ª posição mais cara, com o aumento de 6,33% no custo da energia após o reajuste da CEEE.
Em seu site, a Associação Brasileira de Empresas de Energia Elétrica (Abradee) considera o período das privatizações “um marco na história do setor elétrico brasileiro, sendo protagonista da melhoria da qualidade do atendimento e fornecimento de energia elétrica do país”.